Por Alexandre De Faria Silva
Se chega sorrateiramente escoa
Gélido e inexato, transparente como o vento soa
Leva contigo o desejo puro e verdadeiro oprimido
Nos confins do infinito talvez possa ser ouvido.
Cálido no âmago espero ansiosamente e errante
Como a frágil semente que hoje brota expectante
Contrapõe as areias tristes e solitárias do deserto
Enquanto avanço nos meandros e trilhas de um caminho incerto.
São as inúmeras faces, recordações de coisas passadas
Às vezes, situações da vida comum simplesmente não ficam marcadas
Sob rosas, espinhos e versos um livro complexo a decifrar
Nas delicadas e obstantes linhas do infinito minha alma a flutuar.
Talvez a beleza ainda desponte, trazida em raios de sol
Hoje aprecio virtuosamente a imponência, o belo e elaborado canto do rouxinol
Se pensei que pudesse enganar a mim mesmo dizendo...
Agora me encontro nas noites de insônia escrevendo.
É melhor tentar e falhar que preocupar-se em ver a vida passar
Não me cabe em casa me esconder, prefiro na chuva caminhar
De repente um turbilhão de sensações dentro de mim
Rapte-me, adapte-me, aqueça-me, ilumine meu jardim.
Se hoje aqui estou de corpo, alma e coração presente
Imito o amor, chama viva em ouro e alto-relevo evidente
Enquanto da vivência os belos momentos, lembranças e variações de cor
Espero extinguir a "normalidade", dissipar a escuridão, amenizar a dor..


0 comentários:
Postar um comentário