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Corpo de fotógrafo é enterrado no Rio; parentes negam envolvimento com drogas


O enterro do fotógrafo da CGCom (Central Globo de Comunicação) Márcio Alexandre de Souza, 36 --morto
com cerca de dez tiros em São Cristóvão, zona norte do Rio, na tarde de domingo (20)-- foi marcado por comoção e revolta nesta segunda-feira no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, também na zona norte. Amigos e familiares afirmaram que Souza não era usuário de drogas e que pretendem entrar com um processo na Justiça contra o Estado.

"Eles não podem sujar a imagem dele assim. Só por morar na comunidade [morro do Tuiuti] acham que é criminoso, mas lá dentro tem muito trabalhador. Ele sempre foi uma pessoa honesta e dedicada à família. Não merecia isso", afirmou o músico Júnior Parente, 35, amigo da vítima há mais de 20 anos.

No final da tarde de ontem, policiais do 4º Batalhão da Polícia Militar (São Cristóvão) informaram que o corpo de Souza foi encontrado em um dos acessos do morro do Tuiuti, na esquina das ruas General Padilha e Almério de Moura e a duas quadras da casa onde morava com a família, no mesmo bairro. O serviço reservado da PM também afirmou que investigações confirmam que o fotógrafo era usuário de drogas e tinha uma dívida com traficantes, mas a corporação não disse se existem provas.

O corpo do fotógrafo foi enterrado --sob aplausos e com a bandeira do Flamengo ao redor do caixão-- às 13h15 desta segunda-feira, no cemitério do Caju. Cerca de 200 pessoas compareceram a cerimônia. A mãe do fotógrafo passou mal e precisou ser retirada do local.

Emocionado, o fotógrafo Frederico Mendes --amigo e companheiro de trabalho há mais de 30 anos do pai do fotógrafo morto, Sérgio de Souza, na extinta revista Manchete-- destacou que supervisionou Márcio durante dois anos no trabalho e nunca observou nenhuma atitude suspeita.

"Nunca vimos o Márcio com drogas. Eu ia notar se ele tivesse alterado. Sempre foi um rapaz muito gentil, atencioso, era uma pessoa que ninguém tinha nada para falar dele. Me orgulhava muito de trabalhar com ele", disse Mendes.

Para o primo do fotógrafo, Luis Antônio Silva, 39, os criminosos devem ter confundido Márcio com outra pessoa. "Ele era uma pessoa conhecida naquela área. Sem condições nenhuma dele ser usuário de drogas. Por ele ser alto e forte, só podem ter confundido. Isso é um descaso com ele que sempre foi trabalhador e muito família", disse.

A Delegacia de Homicídios do Rio investiga o assassinato do fotógrafo. Na tarde de hoje, policiais começaram a ouvir testemunhas e familiares da vítima. De acordo com parentes de Márcio, ele não recebia ameaças ou tinha qualquer envolvimento com drogas.

"O mais provável é que ele tenha sido confundido com outra pessoa. Ele era evangélico, não consumia bebida alcoólica, tinha uma vida saudável. Era da igreja para casa e da casa para o trabalho. No máximo ia ao shopping comer uma pizza com os filhos", afirmou o cunhado do fotógrafo, Douglas de Carvalho, 40, durante o enterro.

O crime aconteceu no início da tarde de ontem, entre 12h e 12h30, quando Márcio levava o filho de 10 anos a uma aula de futebol no estádio São Januário, em São Cristóvão. Familiares afirmaram que os dois foram abordados por dois homens armados em uma motocicleta que mandaram a criança correr. Em seguida, eles atiraram contra o fotógrafo.

Parentes falaram que o filho de Márcio, que estava com ele no momento do crime, "está em estado de choque e só chora". Além do menino, o fotógrafo tinha mais dois filhos, sendo uma menina de 13 anos e um bebê de nove meses. A mulher de Márcio não quis falar com a imprensa durante o enterro.


Nota: Está notícia não tem nenhum vínculo com a Rede Globo a não ser o falecimento do seu funcionário

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