Folha Online - Cotidiano
Começou por volta das 10h10 desta sexta-feira a nova audiência de instrução do processo sobre a morte da garota Eloá Pimentel, mantida em cárcere privado pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes em 2008. A audiência acontece no fórum de Santo André (Grande São Paulo).
Leia a cobertura completa sobre a morte de Eloá
Ao todo, serão ouvidas cinco testemunhas de acusação. A primeira é Nayara Silva, que foi mantida em cárcere com Eloá e levou um tiro na boca na ocasião. Em seguida, serão ouvidos ainda os dois amigos da jovem Vitor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira.
Arquivo pessoal |
Eloá Pimentel, 15, que foi baleada na cabeça após ficar mais de cem horas rendida pelo ex-namorado em Santo André, na Grande SP |
Também serão ouvidos Athos Valeriano, um dos PM que invadiu a casa de Eloá e Everton Douglas Pimentel, irmão da garota.
Em outra ocasião serão ouvidas ainda as testemunhas de defesa. Em seguida, o juiz José Carlos de França Carvalho Neto deve determinar se Lindemberg irá a júri popular. Não existe data pra sair dessa decisão.
Uma outra audiência já tinha determinado que ele iria a júri, mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu anular a fase de instrução do processo, considerando haver falhas de procedimento que comprometeram o direto à ampla defesa.
A defesa sustenta a tese de que o tiro que matou a jovem --de 15 anos-- partiu de policiais e pede para ter direito a contestar as provas, bem como um novo interrogatório de testemunhas. A análise do recurso no STJ resultou em empate, o que favoreceu o pedido da defesa.
Lindemberg está preso na penitenciária de Tremembé (147 km de São Paulo) e responde pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio (contra Nayara Rodrigues, amiga de Eloá e que também foi rendida e contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado e disparo de arma de fogo.
CRIME
O crime ocorreu em um conjunto habitacional do Jardim Santo André, em Santo André. Segundo a acusação, Lindemberg não se conformava com o fim do relacionamento com Eloá.
Na ocasião, a adolescente estava em companhia de três amigos --dois garotos liberados no mesmo dia e de Nayara que, apesar de ter sido libertada 33 horas depois, retornou ao apartamento no dia 16 de outubro.
No desfecho do caso, após Eloá ser mantida em cárcere por cerca de cem horas, a polícia invadiu o apartamento, alegando ter ouvido um tiro de dentro do imóvel e porque o comportamento de Lindemberg naquele dia estava bastante agressivo.
A acusação diz que o rapaz atirou contra Eloá e Nayara, causando a morte da ex-namorada e ferindo a amiga dela na boca. A defesa sustenta que o tiro que matou a jovem partiu de policiais.
0 comentários:
Postar um comentário