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Após baixas, Globo dá troco e contrata atores da Record

Por ROBERTO KAZ

A Globo anunciou, recentemente, a contratação dos atores Rômulo Arantes Neto e Maria Cristina Ribeiro que, até 2010, pertenciam ao elenco da Record.

O grupo veio somar-se a Petrônio Gontijo, Lavínia Vlasak, Tuca Andrada e Gabriel Braga Nunes, outros nomes que, no ano passado, migraram da emissora paulistana para a carioca.

Nos últimos cinco anos, a Globo se acostumou a perder parte de seu elenco para a Record, que, investindo em dramaturgia, contratou figuras de relativa importância, como Leonardo Vieira, Patrícia Travassos e Marcelo Serrado (que deve anunciar seu retorno à emissora dos Marinho na próxima semana).

Em 2011, a Record ainda contratou Betty Lago, Paulo César Grande, Beth Goulart e Mel Lisboa, todos oriundos da Globo.

O movimento inverso, no entanto, é novo. Para Mari Lobo, agente de Gabriel Braga Nunes –que voltou à Globo como protagonista de “Insensato Coração”–, isso ocorre em função do amadurecimento do mercado: “Antes apenas a Globo tinha banco de atores. Agora, a Record tem o seu. Uma hora os contratos acabam e as pessoas mudam de emissora”.

Mari conta que Braga Nunes assinou com a Globo em menos de 24 horas: “O contrato com a Record estava aberto, porque ele pretendia morar alguns meses no exterior”. Ela admite que, em termos de exposição, a troca foi positiva: “A Globo tem mais projeção no mercado publicitário, mas a Record cuida bem do seu ‘casting’”.

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Lavínia Vlasak (dir.) em cena de “Insensato Coração”, contracenando com Paola Oliveira, Lázaro Ramos (centro) e Petrônio Gontijo

A tese é endossada por Marcus Montenegro, sócio da agência Montenegro e Raman, que empresaria 60 atores da Globo e 40 da Record: “Antigamente a Globo dominava o mercado. Hoje, a disputa é mais agressiva. A Record tem um banco de atores que não pode ser ignorado”.

Montenegro acredita que o movimento de retorno é positivo para os atores. “Eles saíram da Globo, tiveram papéis importantes, ganharam visibilidade e voltaram em uma situação melhor.”

Hiran Silveira, diretor de teledramaturgia da Record, vê apenas uma coincidência. “Cada contrato acontece por uma razão específica, e o conjunto dá ideia de um movimento estruturado.”

Ele explica: “O Gabriel Braga Nunes, por exemplo, não tinha contrato de longo prazo conosco, porque não era do interesse dele. Estava livre e calhou de a Globo precisar de alguém para substituir o Fábio Assunção”.

Quanto a Tuca Andrada, ele diz que o ator pedia “um salário que não podíamos oferecer. Também estava disponível no mercado”. Silveira aponta que em nenhum dos casos houve quebra de cláusulas contratuais.

Procurado pela reportagem, Érico Magalhães, diretor da Central Globo de Pesquisa e RH, não deu resposta até o fechamento desta edição. A emissora declarou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que “o Brasil está repleto de talentos e a Rede Globo está atenta a todos eles

Folha de S.Paulo

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