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WOLF MAYA FALA DE VIDA FORA DO BRASIL E DESEJA MADONNA EM PRÓXIMA NOVELA



Wolf Maya está se dedicando à carreira internacional. O diretor brasileiro mora atualmente em Nova York, nos Estados Unidos, onde administra suas escolas de teatro pelo Brasil e planeja sua nova turma em Portugal. Em conversa exclusiva com QUEM, ele revelou detalhes do projeto ao lado do autor Rui Vilhena, no qual ele deseja a participação especial de Madonna; opinou sobre o caso de José Mayer e disse a sua visão sobre a cena atual da política brasileira.

"Em abril, estou em Portugal. Eu faço workshow na TVI dois meses (maio e junho). Com todos os atores. Eu falei para eles me mandarem todos os contratados deles. Tem desde a menininha até as senhoras mais velhas. E vai todo mundo aprender a ler texto junto. Vão aprender a ser natural, a jogar o texto fora, a fazer cinema, a perder a empáfia do teatro, da interpretação. Vamos fazer televisão moderna. Só com português. Não quero um brasileiro. Brasileiro só na minha equipe, cenário, produção. Meu time é brasileiro. Brasil só por trás das cenas. É o país deles. Eu vou lá ficar colocando ator desempregado da Globo para fazer ponta? Não. Eu vou ensinar eles a mandarem bem. Aí, começo a dirigir a novela com seis diretores portugueses. Vou acompanhar as externas, tudo. A novela não tem nome ainda. É do Rui Vilhena. A história é ótima, drama. Parece uma comédia americana de Nova York. É muito moderna. Não é nada de época, não. Eu quero a Madonna para abrir. Ela mora lá do lado. Quero ela para fazer uma abertura, uma participação", sonha.

Wolf diz que os portugueses querem aprender a naturalidade que os artistas brasileiros imprimem quando estão atuando. "Eles não sabem fazer novelas. Eles não têm nada do naturalismo e do realismo que a gente tem. A gente pegou tudo do cinema americano na nossa formação. Eu fui criado nos Estados Unidos e estudei na NBC. Quando eu voltei para a Globo, a minha formação toda era de lá. Eles não querem mais ficar importando as produções brasileiras e estão levando a base de sustentação da interpretação. Levaram o Rui Vilhena, que é um puta autor e vai escrever a novela que eu que vou dirigir os diretores portugueses. Vou ensinar para eles continuarem fazendo sozinhos. Diretor não se ensina, convive. Eu já convivi com muitos diretores na minha vida, o próprio Daniel Filho, o Walter Avancini. Aprendi muito", lembra.

Orgulhoso do seu trabalho, o diretor acredita que o seu grande legado seja os atores que ajudou na formação. "Quando cheguei na televisão, eu falei que ia dedicar tudo que eu aprendi à formação de atores. Os diretores de televisão vinham da edição, da técnica. Eles não vinham da escola de arte dramática. Por isso que eu tenho escolas de atores, as melhores do Brasil. Só tem seis entradas no ano e eu não aumento para manter a qualidade. E não se vive com o dinheiro da escola. Se eu saio no 0 a 0, estou feliz. Eu ainda construí um grande teatro. Gastei R$ 17 milhões no Nathália Timberg. Lá que os meus alunos pisam e aprendem. Eu não resisti e fiz. Eu já ganhei muito dinheiro na minha vida. Eu tenho uma fazenda linda em Goiás. Eu crio nelóri. Tenho mais de mil cabeças lá em Pirinópolis (GO). Eu tenho que ter um pouco de generosidade. Tudo que eu construí e ganhei na minha vida, eu divido com generosidade com eles. Para eles pensarem, se exercitarem e se entenderem. E para eles definirem um futuro que seja mais condizente com a nossa época", diz.

Para Wolf, a internet está revolucionando a forma de fazer televisão. "Eu convivo com 1800 jovens. O jovem se libertou da TV aberta. Eles estão na internet. A plataforma alternativa é a nossa época. Eu tenho milhões de alunos meus que não estão interessados só em atuar. Na minha escola, eles aprendem edição, a montar. Eles vão para o celular e fazem uma série. Está aberto, é só você saber fazer. E dá certo, porque você traz toda a liberdade, o conhecimento e a inspiração do novo. Não acho que a TV aberta esteja morrendo, mas está alterando o processo e principalmente o foco do ator. Ainda bem, porque isso é a libertação", define.

Apesar de ser uma dos grandes nomes da TV, ele dispensa voltar a trabalhar em tramas nacionais. "Eu tenho amigos que eu convivo pelo telefone, de televisão. Eu não tenho planos nenhum de voltar a fazer televisão por agora. A Gloria Perez é minha irmã e me chama direto. Eu digo que se ela escrever um seriado eu me envolvo. Mas tem uma galera jovem maravilhosa fazendo televisão. Mas não tenho muitos planos para televisão, não. Estou fascinado com a ideia da escola de teatro e colocar um pé em Portugal. Não vou como diretor de novelas, que é o que eles querem, mas não quero. Eu quero levar a minha escola", reforça.

Ao comentar sua fama de durão, Wolf justifica sua rigidez para garantir êxito. "Eu sou um diretor disciplinado. Disciplina é uma coisa que, às vezes, o doido do artista não tem. Se eu tiver que acordar 7h, eu acordo; se eu tiver que pegar sol, eu pego; se tem que gravar 20 cenas, vamos gravar. Eu sei fazer você gravar 20 cenas comigo. Eu não posso é que você não tenha decorado, que você tenha passado a noite bebendo e chegue alterado. Neste ponto, eu sempre fui rígido. Mas nunca fui duro, inimigo, mau. Eu só cobro, até hoje. Se não, eu não teria esta escola. Eu não vou perder tempo. Eu passo a página e tchau. O privilégio é dele. Ele que vai me perder. O ator acorda e corre atrás. Eu já recuperei muita gente assim.  A maioria deu tudo certo. E adoro os que são considerados carne de pescoço. As pessoas falam, mas são ótimos profissionais", elogia.


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