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Ouça a última música lançada pela cantora Amy Winehouse

No fim do ano passado, a cantora Amy Winehouse, que morreu neste sábado aos 27 anos, lançou sua última música, cover de “It’s My Party”, da cantora Lesley Gore, para o disco “Q Soul Bossa Nostra”, tributo ao produtor Quincy Jones.

Amy Winehouse – “It’s My Party”


Durante sua curta carreira, Winehouse lançou apenas dois discos –”Frank”, de 2003, e “Back to Black”, de 2006. O terceiro álbum, embora tenha ganhado diversas datas de lançamento, a última, em janeiro deste ano, nunca chegou perto das prateleiras.
Ao menos algumas inéditas são certas, gravadas com o produtor Salaam Remi durante sua estadia na ilha de Santa Lucia, no Caribe, em 2009. As faixas iriam compor seu terceiro disco, mas a gravadora Island rejeitou as demos quando viu que as gravações da cantora, que fez fama no soul, eram todas no estilo reggae.



18.jun.2011/Associated Press
Amy Winehouse durante show em Belgrado no qual foi vaiada pela plateia
Amy Winehouse durante show em Belgrado no qual foi vaiada pela plateia


Em julho daquele ano, Amy declarou que o disco seria lançado no máximo em janeiro de 2011. “Vai ser bem parecido com o meu segundo álbum, tem muita coisa de ‘jukebox’ e músicas que são… é só ‘jukebox’, mesmo”, disse a cantora.
No mesmo mês, o produtor Mark Ronson, responsável por catapultar Amy ao sucesso, disse que iria gravar o terceiro disco da cantora, mas que eles não haviam nem começado.
Em setembro daquele ano, os dois discutiram pelo Twitter e Winehouse declarou: “Você está morto para mim”.
Ela também havia sido escolhida por Tony Bennett para gravar uma música para o novo álbum do cantor, “Duets II”, que tem lançamento previsto para o próximo dia 20 de setembro.
Com a morte de Winehouse, o destino das últimas faixas gravadas por ela, ainda inéditas, fica nas mãos da gravadora e de quem ficar responsável pelo espólio da cantora. O que um dia foi rejeitado agora pode virar um disco disputado.

CARREIRA

O talento de Winehouse era indiscutível. Mas com certeza foi eclipsado por tantas bebedeiras, drogas e brigas com o ex-marido, Blake Fielder Civil.
Foi Amy quem deu força a onda do novo soul feito por brancos, que hoje tem nomes como Adele, Mayer Hawthorne e Jamie Lidell. Amy teve uma ascensão muito rápida. Seu primeiro disco, “Frank”, de 2003, fez bastante sucesso no Reino Unido, onde vendeu cerca de 600 mil cópias.
Mas foi com “Black to Black”, de 2006, que ela virou uma das maiores promessas da música. Só no Reino Unido, o álbum vendeu mais de 3 milhões de cópias. Foi também com esse disco que ela se tornou a primeira cantora britânica a ganhar cinco Grammys –vencendo nas categorias revelação, gravação do ano e música do ano, três das quatro maiores da premiação.

PROBLEMAS

No fim de 2006, a avó de Amy, que era uma grande referência pra ela, morreu. A família acredita que esse foi o ponto que teria dado origem ao alcoolismo e ao vício da cantora em drogas. Já em 2007, a cantora cancelou shows no Reino Unido.
Em 2008, Amy teve que ser internada várias vezes em clínicas de reabilitação. A partir dali, todo mundo sabia que era questão de tempo.
A morte de Amy virou até motivo de apostas. Um site criado nos Estados Unidos chamado “When Will Amy Winehouse Die?” (quando Amy Winehouse vai morrer?) ficou famoso em 2008. Quem adivinhasse a data ganharia um iPod.
Os shows que ela fez no Brasil, em janeiro, foram alguns dos últimos de sua carreira. No show de São Paulo, o último no país, Amy demonstrou muita dificuldade para cantar, esqueceu algumas letras, tropeçou em outras e ia muito para o fundo do palco, ninguém sabe ao certo o porquê.
No seu último show, no começo do mês passado, em Belgrado, na Sérvia, ela foi vaiada até sair do palco e teve que cancelar todos os shows na Europa. Aquele seria o primeiro show da turnê europeia.


FOLHA

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