CHRIS GALLAGHER
DA REUTERS, EM TÓQUIO
Adaptar um romance best-seller como "Norwegian Wood" para o cinema pode ser difícil para qualquer diretor, mas tente fazer o filme em uma língua que você não fala.
É esse o desafio enfrentado pelo cineasta vietnamita-francês Tran Anh Hung para levar à tela grande a história de amor e perda do escritor Haruki Murakami, 23 anos depois de o livro ter encantado milhões de leitores japoneses e convertido o autor em ícone global.
Mas Tran, que recebeu o prêmio máximo do Festival de Cinema de Veneza por "Cyclo", de 1995, disse que fazer "Norwegian Wood" fora do Japão ou em outra língua nunca foi uma opção.
Tran primeiro escreveu o roteiro em francês, o fez traduzir para o inglês e, depois, japonês. Ele precisou da ajuda de seu produtor para comunicar-se com os atores.
"Murakami foi muito aberto e disse que eu poderia adaptar o livro em qualquer língua que eu quisesse e qualquer lugar do mundo", contou o diretor à Reuters em entrevista antes da estreia de "Norwegian Wood" no Japão, em 11 de dezembro.
"Mas falei que eu queria filmar rostos japoneses, porque o que me atraiu no livro foi o fato de ser japonês."
Divulgação | ||
Cena do filme "Norwegian Wood", do cineasta vietnamita-francês Tran Anh Hung, que adapta livro para as telas |
Inicialmente, contudo, Murakami relutou em deixar que o livro fosse adaptado para o cinema, e Tran e o produtor Shinji Ogawa levaram quatro anos para conseguir sua aprovação, após uma série de reuniões e discussões sobre o roteiro.
"Norwegian Wood", que estreou no Festival de Cinema em setembro, é a primeira adaptação cinematográfica de uma grande obra de Murakami, mas Tran disse que não sentiu pressão, apesar das altas expectativas de muitos dos fãs do autor.
"O livro é o livro, e o filme é o filme", disse ele. "A única pressão é para fazer um bom filme."
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