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Direto da Telinha: A importância de programas como o "Conexão Repórter"




O SBT estreou há pouco mais de dois meses o "Conexão Repórter" em sua grade de programação. O jornalístico tem o comando de Roberto Cabrini, que até então estava a frente do "Repórter Record", programa de formato similar e que poucas semanas após sua estreia havia se tornado a maior audiência da casa.


Foto: Roberto Nemanis/SBT



Apesar de estar ingressando em uma nova emissora, Roberto Cabrini trouxe exatamente o mesmo formato que havia consagrado na concorrente: o de grandes reportagens investigativas. O desafio era ainda maior, pois, diferente da Record e da Band, a rede de Silvio Santos não tinha o hábito de destinar grande espaço à produtos jornalísticos que fugissem os factuais noticiários exibidos na manhã e na noite.


Mesmo com o pequeno número de edições veiculadas, o "Conexão Repórter" já conseguiu inúmeras vitórias, que vão muito além de pontos de audiência. Reportagens como "Pedofilia: Sexo, Intrigas e Poder" e "Pedofilia: Sexo, Intrigas e Poder - Parte 2", transmitidas nos dias 11 de março e 8 de abril respectivamente, além de seus desdobramentos, chocaram a sociedade, bem como as autoridades e a Igreja Católica, principal alvo das investigações das matérias.


Caso de pedofilia na Igreja Católica repercutiu no mundo todo
Foto: Divulgação/SBT



Nas duas reportagens, a equipe de jornalismo do SBT ouviu alguns adolescentes que relataram ser vítimas de abusos sexuais praticados por padres. Em Arapiraca, local das investigações, foi produzido um vídeo que chegou à produção do jornalístico contendo cenas fortes de relação sexual entre um padre e um de seus coroinhas. A exibição do material em rede nacional gerou imensa repercussão na cidade, no Brasil e no mundo.


Com as duas reportagens que abordaram a pedofilia na Igreja Católica, o "Conexão Repórter" serviu de elo entre alguns adolescentes, cujas vozes eram, até então, inaudíveis, e as autoridades, que aceitaram a indignação da sociedade e cumpriram a lei. Em alguns dias, a imprensa de todo país focava a atenção no destino dos padres pedófilos. Semanas depois, os religiosos já estavam perante àqueles que lhe viam como símbolo de integridade e moralidade, porém, com parlamentares da CPI da pedofilia ao lado. Mesmo com a tentativa inicial - e felizmente, frustrada - de intimidar as vítimas, os falsos religiosos foram para a cadeia. Houve, diferente do que muitos acreditavam, uma punição e foi mostrado, em todos os meios de comunicação, que os tempos da Idade Média cessaram e que a cobertura de atos escandalosos como esses arquitetados por religiosos, cujo caráter e índole eram tratados como dogmas, acabou.

Por André Luiz Batista
Colunista do NaTelinha

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