Outro Canal
O “boom” de celulares, iPods e sites como o YouTube entre crianças e adolescentes impulsiona uma mudança no modo como esse público vê TV: eles consomem mais conteúdo produzido para a televisão, mas ficam menos diante do televisor.
Apesar de o conteúdo de televisão ser o mais consumido dentre as opções de entretenimento (são 4h29 diários, 38 minutos a mais do que em 1999), pela primeira vez na década o tempo diante do televisor caiu: são 25 minutos a menos em dez anos (3h04 em 2009 contra 2h39 em 1999).
Um dos motivos é o fato de os aparelhos portáteis gerarem mais oportunidades para que eles usem diferentes mídias: 20% do consumo total (2h07) acontece em celulares, iPods e vídeo games portáteis.
Os dados são de pesquisa feita pela Kaiser Family Foundation em colaboração com a Universidade Stanford, com 2.000 americanos entre 8 e 18 anos. Segundo o estudo, 59% deles assistem aos programas de TV do jeito “clássico”, ou seja, no televisor no horário em que são transmitidos, e 41% usam também outros aparelhos para ver o conteúdo televisivo.
E, mesmo quando estão diante do televisor, cerca de 47% conversam pela internet e por torpedos de celular sobre a programação ou pesquisam na internet algo relacionado a ela.
Crianças e adolescentes passam 7h38 por dia consumindo conteúdo de entretenimento, como música, computador, leitura, video game, DVD e televisão. Mas, como costumam consumir mais de um conteúdo ao mesmo tempo (como ver TV e ouvir música simultaneamente), são expostos a 10h45 de produtos de entretenimento por dia.
Os dados podem adiantar uma tendência de mudanças também no Brasil. “A infância é a faixa que mais consome internet no Brasil, mas é preciso ter em mente que há uma relação direta com o custo dos serviços”, diz Fábio Senne, coordenador de relações acadêmicas da Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância).
O resultado reforça a necessidade de se medir audiência por conteúdos e não por TVs.
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